quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Fóssil de animal de 520 milhões de anos tem cérebro bem preservado


Fóssil de artrópode encontrado por cientistas; detalhe mostra estruturas neurais fossilizadas (Foto: Divulgação/Xiaoya Ma/Nicholas Strausfeld)


Artrópode fossilizado tem estrutura neural similar a insetos, dizem cientistas.
Estudo publicado na 'Nature' indica que cérebro evoluiu antes do imaginado.


Uma pesquisa da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, em conjunto com o Museu de História Natural de Londres, na Inglaterra, analisou o fóssil de um artrópode pré-histórico com estruturas do cérebro bem preservadas. O estudo do fóssil descoberto, segundo os cientistas, indica que cérebros anatomicamente complicados evoluíram antes do que o imaginado na história da vida na Terra.

A pesquisa foi publicada no site da revista "Nature", nesta quarta-feira (10). Encontrado em pedras depositadas na China há cerca de 520 milhões de anos, o fóssil é um dos mais antigos já identificados a ter estruturais neurais, dizem os cientistas. "Nós reconhecemos como sendo um cérebro devido ao seu tamanho e posição, comparáveis ao cérebro de um crustáceo, como um tipo de camarão pequeno", disse o paleontólogo Gregory Edgecombe, do Museu de História Natural de Londres, ao site da "Nature".

Para Edgecombe, existe uma semelhança impressionante na anatomia neurológica do artrópode com os insetos modernos e alguns tipos de crustáceo. Essa semelhança indica que o cérebro do artrópode evoluiu para permitir que ele tivesse uma boa estrutura de visão.

A espécie de artrópode encontrada (Fuxianhuia protensa) está extinta há muito tempo, e foi descrita na pesquisa publicada. Os artrópodes são um grande filo de animais que incluem atualmente insetos, aracnídeos e crustáceos.

O fóssil pode ser o "vínculo perdido" que ajudará a entender a história da evolução dos artrópodes e de seus cérebros, dizem os pesquisadores. O cérebro do animal fossilizado é composto de três segmentos, todos unidos na entrada da boca, e há traços de tecidos neurais no lugar onde estariam os olhos.

"Ninguém esperava que um cérebro assim tivesse evoluído tão cedo na história dos animais multicelulares", disse no estudo o neurobiólogo Nicholas Strausfeld, da Universidade do Arizona, um dos co-autores da pesquisa.

Segundo Strausfeld, biólogos e paleontólogos ainda têm muitos pontos a discutir sobre como os artrópodes evoluíram, especialmente sobre como era o ancestral comum que deu origem aos insetos. A descoberta de um cérebro complexo como o do artrópode pré-histórico pode ajudar a esclarecer algumas da hipóteses sobre a evolução destes animais.

Cientistas descobrem fóssil raro de ataque de aranha contra presa




Fóssil de aproximadamente 100 milhões de anos é o primeiro a registrar ataque de aranha, dizem cientistas (Foto: Divulgação/Oregon State University)


Trata-se do primeiro registro de ataque de aranha do mundo, diz pesquisa.
Fóssil em peça de âmbar tem cerca de 100 milhões de anos.


Pesquisadores da Universidade Estadual do Oregon, nos Estados Unidos, descobriram o que dizem ser o primeiro fóssil já encontrado de uma aranha atacando sua presa, de 100 milhões de anos aproximadamente, datando do início do período Cretáceo.

O fóssil raro está em uma peça de âmbar e mostra o ataque do aracnídeo em sua teia contra uma vespa, segundo os cientistas. A peça contém ainda o corpo de uma aranha macho na mesma teia, e foi encontrada em um vale em Mianmar, na Ásia, relata o site da universidade.

A descoberta foi publicada no periódico "Historical Biology". Para os pesquisadores, o âmbar registra a evidência mais antiga de comportamento social entre aranhas, com os dois aracnídeos juntos na teia. O comportamento é muito raro, mas existe ainda hoje em algumas espécies, segundo os cientistas.

Os pesquisadores acreditam que as primeiras aranhas surgiram no planeta há cerca de 200 milhões de anos, mas os fósseis mais antigos datam de cerca de 130 milhões de anos, afirma o site da Universidade Estadual do Oregon.

Tanto a aranha quanto a vespa encontradas no fóssil pertencem a espécies extintas e foram descritas na pesquisa.

Fóssil de tartaruga mais antigo já encontrado é apresentado na Polônia





Da Reuters



Tartaruga apresentada no fóssil viveu há cerca de 250 milhões de anos (Foto: Reuters/Peter Andrews)





O fóssil destaca um dos ossos da tartaruga (Foto: Reuters/Peter Andrews)





Tomasz Sulej limpa o fóssil da tartaruga (Foto: Reuters/Peter Andrews)



Animal viveu há cerca de 250 milhões de anos.
Pesquisa foi liderada pelo especialista Tomasz Sulej.


Cientistas poloneses apresentaram nesta segunda-feira (3) o fóssil mais antigo já encontrado de uma tartaruga. O animal que deixou na rocha vestígios claros de seu casco viveu há cerca de 250 milhões de anos, segundo Tomasz Sulej, do Instituto de Paleobiologia de Varsóvia, pesquisador responsável pela descoberta.

Sulej contou ainda que o fóssil foi encontrado perto da vila de Poreba, em uma região conhecida como Jura Krakowsko-Czestochowska. Essa área montanhosa fica a cerca de 200 km da capital Varsóvia, e foi palco de alguns dos principais achados pré-históricos da Polônia.

Fósseis de tartarugas copulando são encontrados no interior da Alemanha







É o 1º caso de coito interrompido na natureza em que se acharam fósseis (Foto: Spiegel online/Reprodução)



É a primeira vez que são achados esqueletos de animais durante ato sexual.
Répteis podem ter sido vítimas de armadilha em lago onde estavam.




Dois fósseis de tartarugas fazendo sexo foram descobertos na localidade de Messel Pit, a 35 quilômetros da cidade de Frankfurt, na Alemanha.

É a primeira vez que os esqueletos de animais são encontrados durante o acasalamento, segundo os pesquisadores. Os resultados do achado estão descritos na versão online da revista “Biology Letters”.



Os répteis da espécie Allaeochelys crassesculpta foram provavelmente vítimas de uma armadilha e afundaram no lago onde estavam, há 47 milhões de anos. As camadas mais profundas do lugar poderiam concentrar gases vulcânicos ou outras substâncias tóxicas.


O local da descoberta já foi uma cratera vulcânica profunda, em um ambiente tropical bastante úmido. Essa abertura era originalmente uma pedreira de onde se extraía óleo de xisto. Ao longo dos anos, tornou-se a região mais rica do mundo para entender como foi a vida no período geológico Eoceno, que pertence à era Cenozoica e está compreendido entre 57 milhões e 36 milhões de anos atrás. Foi nesse momento que surgiram animais como cavalos, répteis, primatas, abelhas, morcegos e aves gigantes.



As tartarugas mortas durante a cópula eram relativamente pequenas, com cerca de 20 centímetros de comprimento, e se parecem com a espécie nariz-de-porco (Carettochelys insculpta) da Austrália e Nova Guiné, mas bem menores. Elas provavelmente se alimentavam de insetos, pequenos crustáceos e frutos.


Segundo o pesquisador Walter Joyce, as chances de ambos os parceiros morrerem em um acasalamento são extremamente baixas, e a probabilidade de os dois serem preservados em fósseis é ainda menor.

Análises sugerem que a espécie descoberta e seus parentes extintos perderam quase todas as escamas. Assim como os primos vivos mais próximos, aquelas tartarugas podem ter sido capazes de absorver o oxigênio da água pela pele, ajudando-as a permanecerem submersas por um tempo prolongado.

Curiosamente, 18 tartarugas fósseis foram encontradas em pares. Aparentemente, tratavam-se de casais que morreram fazendo sexo nesse "abismo". As fêmeas eram ligeiramente maiores que os machos, com rabos curtos e uma concha articulada que pode tê-las ajudado a pôr ovos grandes.

Atualmente, as tartarugas costumam começar o ato sexual em águas abertas e vão afundando durante o acasalamento.