Urso polar no norte do Canadá (Foto: Hansruedi Weyrich/Science/AAAS)
Espécie é pelo menos quatro vezes antiga do que outras pesquisas diziam.
Adaptação do animal às mudanças globais pode ser difícil, dizem autores.
Adaptação do animal às mudanças globais pode ser difícil, dizem autores.
Um estudo publicado nesta quinta-feira (19) mostrou que os ursos polares existem há cerca de 600 mil anos, pelo menos quatro vezes mais do que os estudos anteriores estimavam. O resultado publicado pela revista “Science” não é apenas uma mera curiosidade, e pode ter implicações sobre o futuro da espécie.
A descoberta de que o urso polar é mais antigo do que se imaginava significa também que sua evolução foi mais lenta. Coincidência ou não, há 600 mil anos a Terra registrou temperaturas extraordinariamente baixas.
A equipe liderada por Frank Hailer, do Instituto Senckenberg de Pesquisas Naturais, em Frankfurt, na Alemanha, aponta uma possível relação entre a queda de temperatura e a evolução dos ancestrais dos ursos, que levou ao surgimento dos ursos polares.
Os autores acreditam que o processo de adaptação ao frio tenha sido lento, e temem pelo futuro dos animais. Os ursos polares já sobreviveram a outros aquecimentos globais, mas não tão rápidos quanto o atual – que é acelerado pela ação do homem. A falta de tempo de adaptação às mudanças climáticas pode significar uma séria ameaça à espécie, no raciocínio dos autores.
O atual estudo chegou a dados mais precisos porque usou uma metodologia diferente. A pesquisa que estimou a idade dos ursos em cerca de 150 mil anos analisou o DNA mitocondrial, que traça apenas a origem materna dos animais. Agora, o cálculo foi refeito com informações do DNA do núcleo da célula, mais detalhadas, e o novo resultado foi obtido.
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