terça-feira, 3 de setembro de 2013

Estudo põe em dúvida teoria sobre surgimento de novas espécies



 Em Washington 03/09/2013


As barreiras reprodutivas, que por muito tempo foram consideradas como a principal causa do surgimento de novas espécies de plantas e animais, poderiam ser um fator secundário, segundo um estudo publicado pela revista da Academia de Ciências dos Estados Unidos, a PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences).

Charles Darwin se referiu à origem das espécies como "o mistério dos mistérios" e, ainda hoje, mais de 150 anos após suas pesquisas, os biólogos da evolução não sabem explicar de forma detalhada como surgem novas plantas e animais.

Durante décadas, quase todos os estudos neste campo tinham como base a teoria de que a causa principal do surgimento de espécies novas, um processo chamado "especiação", são as barreiras que interferem no processo de reprodução de populações.

Estas barreiras podem ser geográficas - por exemplo uma nova montanha, um rio ou uma geleira que separa duas populações de animais e plantas - ou diferenças genéticas que impedem que indivíduos incompatíveis produzam descendentes férteis (o cruzamento entre cavalos e asnos dá origem as mulas, que são estéreis).

Mas agora biólogos das universidades de Chicago e de Michigan, nos Estados Unidos, questionaram a teoria de que o isolamento reprodutivo impulsione a "especiação".

"Nossos resultados não sustentam esse pressuposto, e nosso estudo é, de fato, a primeira prova direta de como estas barreiras afetam a taxa de formação de espécies", afirmaram os responsáveis Daniel Rabosky, de Michigan, e Daniel Matute, de Chigago.

Os dois cientistas concluíram que, se as barreiras genéticas fossem a principal causa do surgimento de novas espécies, os grupos que acumulam rapidamente esses genes também deveriam mostrar altas taxas de formação de espécies.

Os pesquisadores tentaram comprovar a ideia comparando as taxas de "especiação" com os indicadores genéticos de isolamento reprodutivo em pássaros e moscas de fruta, porque existem extensos conjuntos de dados sobre experimentos de cruzamento entre espécies dos dois tipos.

Rabosky e Matute usaram os cálculos evolucionistas de taxas de especiação em nove grupos maiores de moscas de fruta e em dois terços das espécies de pássaros conhecidas. Eles criaram modelos por computador para realizar a comparação e os resultados foram surpreendentes.

"Não encontramos provas de que estas coisas estejam relacionadas. A taxa de surgimento das barreiras reprodutivas genéticas não prevê a taxa de formação de novas espécies na natureza", confirma o artigo publicado.

"Se estes resultados fossem certos em termos mais gerais - algo que ainda não afirmamos mas suspeitamos que seja concreto - isso significaria que nosso entendimento da formação de espécies é extremamente incompleto, porque passamos muito tempo estudando algo errado devido a uma teoria equivocada", explicaram os pesquisadores.

As barreiras reprodutivas continuam a ser importantes. Todo tipo de plantas e animais vivem juntos no mesmo lugar, o que não poderia ocorrer se não houvesse barreiras reprodutivas.

Se as conclusões de Matute e Rabosky puderem ser amplamente aplicadas a outros organismos, os genes de "especiação" provavelmente desempenham um papel mínimo na formação das espécies, segundo a publicação. Os pesquisadores especularam que a parte que falta nos estudos dessa área é, paradoxalmente, a extinção.

Alguns cientistas sugeriram que a "especiação" poderia estar limitada, primordialmente, por fatores associados com a persistência de novas espécies. Estes modelos propõem que é relativamente fácil que uma espécie se divida em outras novas, mas que a maioria delas não consegue sobreviver e se estabelecer ao longo dos períodos da escala geológica.







 


ONG ambiental internacional descobriu uma espécie de tubarão que "caminha" no fundo do mar da Indonésia. Com apenas 80 centímetros, o "Hemiscyllium halmahera" usa suas nadadeiras como "patas" para se locomover à noite sobre as pedras. O animal inofensivo para os seres humanos tem manchas marrons e brancas que se confundem com as rochas marinhas de Halmahera, uma das Ilhas Molucas, localizada a oeste de Nova Guiné
 
Fonte: http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Fósseis na Espanha podem ser do mais velho ancestral de panda gigante


Mandíbulas e dentes achados (Foto: Abella J, Alba DM, Robles JM, Valenciano A, Rotgers C et al/Divulgação)





Pandas gigantes são naturais da China e estão seriamente ameaçados de extinção (Foto: Reuters)




Mandíbulas e dentes de animais foram achados por equipe da Catalunha.
Ossos têm 11,6 milhões de anos e revelam adaptação para comer bambu.

Dois fósseis descobertos na Espanha podem ser dos mais antigos ancestrais conhecidos do panda gigante asiático.

O achado foi feito pela equipe do pesquisador Juan Abella, do Museu Nacional de Ciências Naturais e do Instituto Catalão de Paleontologia, e publicado nesta quarta-feira (14) na revista científica "PLoS One".

As mandíbulas e os dentes de 11,6 milhões de anos representam um novo gênero dessa família de pandas. Os ossos revelam que esses ursos, da espécie Kretzoiarctos beatrix, estavam adaptados para comer material vegetal resistente, como o bambu.

O panda gigante, nativo da China, é o único membro vivo da espécie a ter esse tipo de hábito alimentar.

"O novo gênero que descrevemos nesse trabalho não é apenas o primeiro urso registrado na Península Ibérica, mas também o primeiro da linhagem do panda gigante", destaca Abella.

domingo, 11 de novembro de 2012

Cientistas descobrem fósseis de nova espécie de hominídeo na África



Fóssil do Australopithecus afarensis; à direita, as costas da ossada (Foto: Divulgação/Dikika Research Project)



Pesquisa publicada na 'Science' analisou ossos dos ombros de hominídeo.
Fóssil foi comparado a macacos, humanos e outros ancestrais do homem.


Pesquisadores da Academia de Ciências da Califórnia e da Universidade Midwestern, ambas nos Estados Unidos, analisaram ossos dos ombros de um dos mais conhecidos ancestrais do homem moderno, o Australopithecus afarensis. O estudo sugere que, apesar de bípedes, os hominídeos costumavam escalar árvores com frequência, com estilo de vida parcialmente arbóreo.

A pesquisa foi publicada no site da revista "Science" nesta quinta-feira (25). Por muito tempo, o Australopithecus afarensis foi considerado o ancestral mais antigo do homem. A ossada mais famosa deste hominídeo foi descoberta na década de 1970 e ficou conhecida como "Lucy".

O fóssil estudado desta vez é conhecido como "Selam", fêmea de Australopithecus afarensisque viveu há cerca de 3,3 milhões de anos, segundo os cientistas.

Os ossos dos ombros foram mapeados e digitalizados para facilitar a análise. Eles foram comparados com ossos de outros ancestrais do homem, como o Homo ergaster, o Homo floresiensis e com vários primatas, como gorilas e chimpanzés, além de seres humanos.

Especificamente o local de encaixe para a articulação do ombro do Australopithecus afarensis apontava para cima, sinal de que eles eram escaladores, dizem os cientistas. A característica também é encontrada nos ossos dos macacos, mas não não acontece nos humanos. Em nossa espécie, o local de encaixe está voltado para a lateral, segundo os pesquisadores.

Além de subir em árvores, característica que aproxima o hominídeo dos macacos atuais, o estudo mostra que a anatomia dos ossos dos ombros do Australopithecus afarensis era similar na juventude e na fase adulta, sinal encontrado ainda hoje em espécies de primatas.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Fóssil de animal de 520 milhões de anos tem cérebro bem preservado


Fóssil de artrópode encontrado por cientistas; detalhe mostra estruturas neurais fossilizadas (Foto: Divulgação/Xiaoya Ma/Nicholas Strausfeld)


Artrópode fossilizado tem estrutura neural similar a insetos, dizem cientistas.
Estudo publicado na 'Nature' indica que cérebro evoluiu antes do imaginado.


Uma pesquisa da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, em conjunto com o Museu de História Natural de Londres, na Inglaterra, analisou o fóssil de um artrópode pré-histórico com estruturas do cérebro bem preservadas. O estudo do fóssil descoberto, segundo os cientistas, indica que cérebros anatomicamente complicados evoluíram antes do que o imaginado na história da vida na Terra.

A pesquisa foi publicada no site da revista "Nature", nesta quarta-feira (10). Encontrado em pedras depositadas na China há cerca de 520 milhões de anos, o fóssil é um dos mais antigos já identificados a ter estruturais neurais, dizem os cientistas. "Nós reconhecemos como sendo um cérebro devido ao seu tamanho e posição, comparáveis ao cérebro de um crustáceo, como um tipo de camarão pequeno", disse o paleontólogo Gregory Edgecombe, do Museu de História Natural de Londres, ao site da "Nature".

Para Edgecombe, existe uma semelhança impressionante na anatomia neurológica do artrópode com os insetos modernos e alguns tipos de crustáceo. Essa semelhança indica que o cérebro do artrópode evoluiu para permitir que ele tivesse uma boa estrutura de visão.

A espécie de artrópode encontrada (Fuxianhuia protensa) está extinta há muito tempo, e foi descrita na pesquisa publicada. Os artrópodes são um grande filo de animais que incluem atualmente insetos, aracnídeos e crustáceos.

O fóssil pode ser o "vínculo perdido" que ajudará a entender a história da evolução dos artrópodes e de seus cérebros, dizem os pesquisadores. O cérebro do animal fossilizado é composto de três segmentos, todos unidos na entrada da boca, e há traços de tecidos neurais no lugar onde estariam os olhos.

"Ninguém esperava que um cérebro assim tivesse evoluído tão cedo na história dos animais multicelulares", disse no estudo o neurobiólogo Nicholas Strausfeld, da Universidade do Arizona, um dos co-autores da pesquisa.

Segundo Strausfeld, biólogos e paleontólogos ainda têm muitos pontos a discutir sobre como os artrópodes evoluíram, especialmente sobre como era o ancestral comum que deu origem aos insetos. A descoberta de um cérebro complexo como o do artrópode pré-histórico pode ajudar a esclarecer algumas da hipóteses sobre a evolução destes animais.

Cientistas descobrem fóssil raro de ataque de aranha contra presa




Fóssil de aproximadamente 100 milhões de anos é o primeiro a registrar ataque de aranha, dizem cientistas (Foto: Divulgação/Oregon State University)


Trata-se do primeiro registro de ataque de aranha do mundo, diz pesquisa.
Fóssil em peça de âmbar tem cerca de 100 milhões de anos.


Pesquisadores da Universidade Estadual do Oregon, nos Estados Unidos, descobriram o que dizem ser o primeiro fóssil já encontrado de uma aranha atacando sua presa, de 100 milhões de anos aproximadamente, datando do início do período Cretáceo.

O fóssil raro está em uma peça de âmbar e mostra o ataque do aracnídeo em sua teia contra uma vespa, segundo os cientistas. A peça contém ainda o corpo de uma aranha macho na mesma teia, e foi encontrada em um vale em Mianmar, na Ásia, relata o site da universidade.

A descoberta foi publicada no periódico "Historical Biology". Para os pesquisadores, o âmbar registra a evidência mais antiga de comportamento social entre aranhas, com os dois aracnídeos juntos na teia. O comportamento é muito raro, mas existe ainda hoje em algumas espécies, segundo os cientistas.

Os pesquisadores acreditam que as primeiras aranhas surgiram no planeta há cerca de 200 milhões de anos, mas os fósseis mais antigos datam de cerca de 130 milhões de anos, afirma o site da Universidade Estadual do Oregon.

Tanto a aranha quanto a vespa encontradas no fóssil pertencem a espécies extintas e foram descritas na pesquisa.

Fóssil de tartaruga mais antigo já encontrado é apresentado na Polônia





Da Reuters



Tartaruga apresentada no fóssil viveu há cerca de 250 milhões de anos (Foto: Reuters/Peter Andrews)





O fóssil destaca um dos ossos da tartaruga (Foto: Reuters/Peter Andrews)





Tomasz Sulej limpa o fóssil da tartaruga (Foto: Reuters/Peter Andrews)



Animal viveu há cerca de 250 milhões de anos.
Pesquisa foi liderada pelo especialista Tomasz Sulej.


Cientistas poloneses apresentaram nesta segunda-feira (3) o fóssil mais antigo já encontrado de uma tartaruga. O animal que deixou na rocha vestígios claros de seu casco viveu há cerca de 250 milhões de anos, segundo Tomasz Sulej, do Instituto de Paleobiologia de Varsóvia, pesquisador responsável pela descoberta.

Sulej contou ainda que o fóssil foi encontrado perto da vila de Poreba, em uma região conhecida como Jura Krakowsko-Czestochowska. Essa área montanhosa fica a cerca de 200 km da capital Varsóvia, e foi palco de alguns dos principais achados pré-históricos da Polônia.

Fósseis de tartarugas copulando são encontrados no interior da Alemanha







É o 1º caso de coito interrompido na natureza em que se acharam fósseis (Foto: Spiegel online/Reprodução)



É a primeira vez que são achados esqueletos de animais durante ato sexual.
Répteis podem ter sido vítimas de armadilha em lago onde estavam.




Dois fósseis de tartarugas fazendo sexo foram descobertos na localidade de Messel Pit, a 35 quilômetros da cidade de Frankfurt, na Alemanha.

É a primeira vez que os esqueletos de animais são encontrados durante o acasalamento, segundo os pesquisadores. Os resultados do achado estão descritos na versão online da revista “Biology Letters”.



Os répteis da espécie Allaeochelys crassesculpta foram provavelmente vítimas de uma armadilha e afundaram no lago onde estavam, há 47 milhões de anos. As camadas mais profundas do lugar poderiam concentrar gases vulcânicos ou outras substâncias tóxicas.


O local da descoberta já foi uma cratera vulcânica profunda, em um ambiente tropical bastante úmido. Essa abertura era originalmente uma pedreira de onde se extraía óleo de xisto. Ao longo dos anos, tornou-se a região mais rica do mundo para entender como foi a vida no período geológico Eoceno, que pertence à era Cenozoica e está compreendido entre 57 milhões e 36 milhões de anos atrás. Foi nesse momento que surgiram animais como cavalos, répteis, primatas, abelhas, morcegos e aves gigantes.



As tartarugas mortas durante a cópula eram relativamente pequenas, com cerca de 20 centímetros de comprimento, e se parecem com a espécie nariz-de-porco (Carettochelys insculpta) da Austrália e Nova Guiné, mas bem menores. Elas provavelmente se alimentavam de insetos, pequenos crustáceos e frutos.


Segundo o pesquisador Walter Joyce, as chances de ambos os parceiros morrerem em um acasalamento são extremamente baixas, e a probabilidade de os dois serem preservados em fósseis é ainda menor.

Análises sugerem que a espécie descoberta e seus parentes extintos perderam quase todas as escamas. Assim como os primos vivos mais próximos, aquelas tartarugas podem ter sido capazes de absorver o oxigênio da água pela pele, ajudando-as a permanecerem submersas por um tempo prolongado.

Curiosamente, 18 tartarugas fósseis foram encontradas em pares. Aparentemente, tratavam-se de casais que morreram fazendo sexo nesse "abismo". As fêmeas eram ligeiramente maiores que os machos, com rabos curtos e uma concha articulada que pode tê-las ajudado a pôr ovos grandes.

Atualmente, as tartarugas costumam começar o ato sexual em águas abertas e vão afundando durante o acasalamento.